João Félix: Craque ou bom jogador?

João Félix foi, durante um bom tempo, a grande esperança do futebol português. Quando surgiu no Benfica, encantou o mundo com seu talento precoce, técnica refinada, visão de jogo e chutes de fora da área potentes para um jovem atacante. A transferência milionária para o Atlético de Madrid em 2019 apenas reforçou a expectativa: nascia ali o próximo grande craque de Portugal. Mas, passadas algumas temporadas, a pergunta que antes era impensável hoje ganha cada vez mais força: afinal, João Félix é mesmo um craque… ou apenas um bom jogador? Confira a análise!

João Félix em números: desempenho que não convence

Então, vamos aos dados. Desde a temporada 22/23, João Félix iniciou uma fase instável da carreira, marcada por empréstimos e ausência de protagonismo. Naquele ano, dividiu seu tempo entre Atlético de Madrid e Chelsea, somando 40 jogos, 9 gols e 3 assistências. Em 23/24, já pelo Barcelona, participou de 44 partidas, marcou 10 vezes e deu 6 assistências. Sendo assim, notamos um desempenho decente, porém longe de ser digno de um craque.

Na temporada atual (24/25), o cenário se repetiu. Começou no Chelsea, com 20 jogos, 7 gols e 2 assistências – sendo que 4 destes gols foram na Conference League em suas fases iniciais, o que obviamente possui um degrau muito menor de competitividade. Então, ele foi um bom reserva, mas não conseguiu se firmar como titular e acabou sendo emprestado ao Milan. Por lá, os números caíram drasticamente: 16 jogos e apenas 1 gol. Portanto, no total da temporada: 36 jogos, 8 gols e 2 assistências. Números que, mais uma vez, reforçam a impressão de que João Félix entrega menos do que se espera.

Por que João Félix virou um andarilho da Europa?

Desde que deixou o Atlético, João Félix passou a acumular camisas: Chelsea, Barcelona, Chelsea de novo, Milan. Agora, o Milan deve devolvê-lo ao Chelsea — onde, mais uma vez, não deve ter espaço como titular. O padrão se repete: ele chega com grande expectativa, começa bem, mas logo perde espaço.

Sendo assim, a pergunta que surge é: será que o problema está no estilo de jogo… ou no próprio atleta? A resposta parece estar no meio do caminho. João Félix tem talento, mas não aceita bem ser apenas mais uma peça. Ele busca protagonismo, quer que o jogo gire em torno dele. E quando isso não acontece, o desconforto cresce, e o pedido para sair também. Então, o português parece estar em busca de um time ideal, onde ele pode ter finalmente o protagonismo que sempre quis.

O que falta para João Félix ser um craque?

João Félix tem muitos atributos técnicos: chuta bem de fora da área, tem drible curto, controle de bola refinado e boa leitura ofensiva. Isso o torna, sem dúvida, um ótimo segundo atacante. Entretanto, o que falta para ser um craque mesmo?

A resposta está no intangível. Um craque de verdade não depende apenas da técnica, mas também da mentalidade. E é justamente aí que João parece tropeçar. Lhe falta constância, liderança e, principalmente, aceitação de seu papel. Craques são aqueles que decidem jogos grandes, mudam rumos de temporadas, carregam times. João Félix nunca foi esse cara. E, aos 25 anos, já não dá mais para fingir que é questão de tempo.

Conclusão

A realidade é direta: João Félix é um bom jogador. E só. Tem espaço em grandes clubes da Europa (como o próprio Milan e Chelsea) e pode ser muito útil como uma peça para dar um gás no segundo tempo ou então ser titular em jogos menores, além de ainda ter margem para crescer. No entanto, ele está longe de ser o craque que se projetou anos atrás. Sendo assim, a conclusão inevitável é que ele nunca foi o sucessor natural de Cristiano Ronaldo. Foi, sim, um talento promissor… que parou por aí.

Quem sabe, João Félix possa reencontrar sua felicidade no futebol sendo o protagonista de um time de prateleira um pouco abaixo, como um Sevilla ou Lazio da vida. Agora, se quiser se manter jogando em grandes clubes da Europa, o atacante terá de entender seu real papel dentro do time.

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